
Por Vitória Martini

A possibilidade do lançamento de uma moeda digital emitida pelo Banco Central (CBDC) brasileiro – o chamado real digital – se aproxima, conforme a autoridade monetária impulsiona o desenvolvimento da versão digital da moeda brasileira.
Atualmente, o desenvolvimento do real digital pelas propostas selecionadas pelo Banco Central encontra-se em fase de testes, a qual durará até janeiro de 2023.
Apesar do avanço que o real digital possa proporcionar, ainda surgem dúvidas sobre os possíveis impactos da moeda na economia brasileira e nos bancos privados no país.
Para sanar essas questões, o Crypto Times conversou com Marilyn Hahn, diretora de operações (COO) da Bankly.
O que esperar dos primeiros testes
com Real Digital, segundo Banco Central
Impactos positivos ou negativos?
Um dos primeiros tópicos ligados ao real digital refere-se aos impactos na economia brasileira. Para a diretora de operações da Bankly, a implementação de uma CBDC no país terá somente impactos positivos.
No entanto, a perspectiva favorável não significa a ausência de desafios. Segundo ela, o real digital definitivamente ajudará a resolver casos de uso da economia, “trazendo mais segurança, privacidade e rastreabilidade ao ecossistema”.
Porém, Marilyn ressalta que, para isso acontecer, é preciso que o mercado esteja atento a questões ligadas à privacidade, segurança e maior desintermediação de serviços bancários.
“Será bastante desafiador para os players dos setores – principalmente instituições financeiras e fintechs – evoluírem em termos de processos, expertise e ferramentas nessas questões na mesma velocidade da adoção da tecnologia”, acrescenta Hahn.
Outro importante desafio mencionado pela COO da Bankly está relacionado à infraestrutura do sistema financeiro nacional – o qual comporta o cenário atual, mas não a tecnologia blockchain.
Adoção do real digital
Para que o real digital tenha sucesso no Brasil, é necessário que a população adote a CBDC em seu cotidiano.
Quanto a isso, Marilyn afirma que o comércio eletrônico nacional e global poderão ter “um ganho gigantesco”, visto que as CBDCs podem impulsionar o desenvolvimento de contratos autônomos (“smart contracts”, em inglês).
O segundo ponto importante refere-se ao consumo de produtos e serviços transfronteiriços.
Para ela, os bancos centrais que estão avaliando a emissão de CBDCs acreditam que a versão digital de suas respectivas moedas fiduciárias pode “aliviar os principais pontos de dor numa abertura maior do consumo global, como o horário de funcionamento limitado dos sistemas de pagamento e a duração das cadeias de transações atuais”.
Fonte : Infomoney



