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Mercado encerra o pregão com desempenho positivo diante do cenário externo mais positivo e de resultados fortes das empresas brasileiras
SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira (28), tendo acelerado os ganhos depois da decisão de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que manteve as taxas de juros dos Estados Unidos em uma banda entre 0% e 0,25% ao ano, além das compras de títulos em US$ 120 bilhões por mês. O comunicado do Fed afirma que os esforços para combater a pandemia da Covid-19 ajudaram a impulsionar a economia americana, embora ainda há mais que precise ser feito. “Em meio ao progresso nas vacinações e forte apoio às políticas, os indicadores de atividade econômica e de emprego se fortaleceram”, disse o comitê. Como não houve alteração nas compras de ativos, a decisão acabou sendo bem recebida pelo mercado, uma vez que posterga qualquer possibilidade de mudança na política monetária dos EUA.
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Por aqui, as atenções continuaram voltadas para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia e as notícias de mudanças no Ministério da Economia. Em discurso após sua nomeação como relator da CPI, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), prometeu atuação isenta e imparcial, afirmando que o país tem direito de saber quem foram os responsáveis pelas mortes por coronavírus e que o governo não terá vida fácil na comissão. Também na parte política, o governo editou a medida provisória do BEm, programa que permite a redução de jornadas e salários, incluindo também a suspensão temporária do contrato de trabalho. O custo estimado da iniciativa está em R$ 9,98 bilhões. Entre os indicadores, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgou que o Brasil criou 184.140 vagas formais de emprego em março. Boa parte do mercado financeiro já esperava um novo avanço no emprego no mês. No acumulado dos três primeiros meses de 2021, ao saldo do Caged é positivo em 837.074 vagas. No mesmo período do ano passado, a criação líquida de vagas foi de 108.825 postos formais. O Ibovespa teve alta de 1,39%, a 121.052 pontos com volume financeiro negociado de R$ 30,99 bilhões. Quem puxou o índice foram as ações de bancos. O Itaú Unibanco (ITUB4) teve alta de 4,32%, o Bradesco (BBDC3; BBDC4) registrou valorização de 4,8%, o Banco do Brasil (BBAS3) subiu 1,78% e o Santander (SANB11) avançou 8,1%. Ontem, o Santander divulgou seu resultado do primeiro trimestre, que veio acima do esperado. Para mais destaques de ações clique aqui. Enquanto isso, o dólar comercial caiu 1,82% a R$ 5,361 na compra e a R$ 5,362 na venda. Já o dólar futuro com vencimento em maio registra perdas de 1,81% a R$ 5,356.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 caiu um ponto-base a 4,62%, o DI para janeiro de 2023 teve queda de quatro pontos-base a 6,19%, o DI para janeiro de 2025 recuou cinco pontos-base a 7,72%, e o DI para janeiro de 2027 registrou variação negativa de dois pontos-base a 8,38%. Voltando ao exterior, em meio às dificuldades em aprovar um plano ousado de infraestrutura com pesada carga tributária, o presidente Joe Biden lançará ao Congresso US$ 1,8 trilhão em novos gastos e créditos fiscais voltados para crianças, estudantes e famílias. A temporada de resultados nos Estados Unidos também segue no radar. Após o fechamento na terça, a Alphabet, empresa dona do Google, reportou resultados melhores do que o esperado para o primeiro trimestre, com alta de 34% nas receitas. Isso levou as ações da gigante de tecnologia a subirem mais de 5% nas negociações de pré-market. A Microsoft também teve desempenho forte devido à venda de computadores impulsionada por faltas geradas pela pandemia no ano anterior. Apesar disso, as ações chegaram a cair 2% antes do pregão regular. Hoje, Apple, Facebook, eBay, Boeing e Ford estão entre as empresas que devem divulgar seus resultados. As bolsas asiáticas fecharam com desempenhos variados entre si, após a divulgação de dados econômicos. As vendas no setor de varejo japonês subiram 5,2% em março em comparação com um ano antes, acima da mediana das expectativas de economistas ouvidos pela agência internacional de notícias Reuters, de 4,7%. CPI da Covid instaladaNa terça (27), a média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 2.399, queda de 20% em comparação com o patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia foram registradas 3.120 mortes. No sábado, o mês de abril se tornou o mais letal da pandemia. Assim, as mortes por Covid nos quatro primeiros meses de 2021 superaram aquelas de todo o ano de 2020. As informações são do consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias estaduais de Saúde no Brasil, que divulgou, às 20h, o avanço da pandemia em 24 h. 30.259.475 pessoas receberam a primeira dose da vacina contra a Covid no Brasil, o equivalente a 14,29% da população. A segunda dose foi aplicada em 13.989.783 pessoas, ou 6,61% da população. Analistas vêm apontando a velocidade da imunização como um dos fatores a influenciarem a retomada da economia. O Senado instalou na terça-feira a CPI da Covid e confirmou o desenho desfavorável ao governo nos postos-chave da comissão. Renan Calheiros (MDB-AL) será relator; Omar Aziz (PSD-AM), presidente; e o líder da oposição Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente. Proposta para investigar ações e omissões do governo federal no combate à pandemia, além dos repasses de recursos federais na área da saúde a entes federativos, a Comissão Parlamentar de Inquérito tem potencial para desgastar o governo. Renan Calheiros afirmou que a tragédia da Covid-19 no país, com elevado número de mortes e de casos, poderia ter sido minimizada com “atitudes corretas, tempestivas, responsáveis e humanitárias”. Também indicou que levaria em conta aspectos científicos, sugeriu pedido de informações sobre a atuação do governo em relação a vacinas e também a medicamentos sem eficácia cientificamente comprovada contra o coronavírus. Em áudio vazado, o ministro da Casa Civil, general Luiz Eduardo Ramos, afirmou na terça, em reunião do Conselho de Saúde Suplementar, no Palácio do Planalto, que tomou escondido a vacina contra Covid-19. Ele também afirmou que tenta convencer o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a também se imunizar, diante do que considera risco para a vida do presidente. “Estou envolvido pessoalmente tentando convencer o nosso presidente, independente de todos os posicionamentos, que nós não podemos perder o presidente para um vírus desse. A vida dele, no momento, corre risco”, disse Ramos. Em nota, a Casa Civil informou que no dia 18 de abril o ministro tomou a primeira dose da vacina da AstraZeneca em Brasília, e ressaltou que a vacina do ministro foi divulgada na época. “Como cidadão comum, em seu carro e enfrentando fila como qualquer brasileiro (…) Ao dizer, de maneira informal, que teria tomado a vacina ‘escondido’, o ministro se referia ao fato de ali estar um dos mais de 38 milhões de brasileiros que já se vacinaram e não um ministro de Estado”, diz a nota. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) afirmou na terça que enviou ofício ao Instituto Butantan com uma solicitação de informações e documentos que ainda não foram apresentados no pedido de autorização para realização de estudo clínico em humanos com a candidata à vacina contra Covid-19 ButanVac. O plano do Instituto Butantan é produzir a vacina integralmente no Brasil, sem necessidade de importar insumos. Os estudos da vacina devem ser feitos com 1.800 voluntários nas Fases 1 e 2 e, na Fase 3, contarão com 9.000 pessoas. |
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