Além da França, convulsão social toma as ruas da Alemanha e de Israel; entenda

Além da França, convulsão social toma as ruas da Alemanha e de Israel; entenda

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Jorge Fofano
Por Jorge Fofano

França
Franceses se mobilizaram contra a reforma da previdência de Emmanuel Macron (Imagem: REUTERS/Benoit Tessier)

Não é apenas a França que passa por um momento de convulsão social. Alemanha e Israel começaram a semana com grandes mobilizações tomando conta das ruas, em desafio aos respectivos governos.

No país mais rico da Europa, dois dos maiores sindicatos alemães anunciaram uma greve ampla, em busca de reajustes salariais acima da inflação que, nos últimos 12 meses, acumula 8,4%. Juntas, as centrais EVG e o Ver.di representam quase 3 milhões de trabalhadores.

Nas outras rodadas, aumentos de 5% e pagamentos de bônus únicos foram rejeitados às categorias pelos empregadores.

A ação conjunta dos sindicatos afetou todo o sistema de transportes da Alemanha, paralisando trens de longa distância, linhas locais e os aeroportos de Munique, Frankfturt e Hamburgo — segundo a Associação de Aeroportos da Alemanha, 380 mil passageiros tiveram voos cancelados.

A mobilização deve se encerrar ainda hoje. A alta adesão visto hoje, porém, deixa a porta aberta para que novos episódios ocorram nos próximos dias.

Em relato ao Money Times, Caio Barrocal, UX Designer que mora em Berlim desde maio do ano passado, comenta que além da falta de reajustes, trabalhadores de aeroportos também estão enfrentando um quadro de escassez de novas posições, levando ao aumento das jornadas de trabalho para até 12 horas por dia.

Crise institucional mergulha Israel em caos

A milhares de quilômetros do Velho Continente, Israel enfrenta a mais severa crise institucional que se tem memória. Reinstaurado ao poder no final de 2022, o ultraconservador Benjamin Netanyahu busca emplacar uma série de medidas que pretendem por o Poder Judiciário em subordinação ao Parlamento de Israel.

Além de permitir à retificação de decisões judicial do Tribunal Supremo, a reforma também tornaria a deposição do cargo do primeiro-ministro um processo muito mais difícil.

O teor antidemocrático das medidas fez com que milhões de pessoas fossem às ruas nas últimas semanas, levando a criação de uma dissidência até mesmo dentro do partido do primeiro-ministro de Israel. Membros da cúpula militar também foram à público informar que boicotariam a reforma, caso esta seja aprovada.

Em razão dos protestos, e da possibilidade de uma greve geral, Netanyahu anunciou que irá adiar a sessão que aprovará a reforma, alegando a busca de um consenso. O premiê também disse que buscará vencer a “minoria” que quer dividir o país.

Protesto em Paris
Protestos tomam conta das ruas de Paris em março. (Imagem: REUTERS/Gonzalo Fuentes)

França chega no décimo dia consecutivo de manifestações

O governo francês anunciou um “esquema de segurança sem precedentes”, especialmente em Paris, por medo de violências na manifestação desta terça-feira (28). É esperado, novamente, que a circulação de trens, aviões e do metrô da capital deve ser bastante afetada amanhã, quando as manifestações completarão dez dias.

Há uma semana, o governo Macron impôs uma reforma da previdência, que mudará a idade de aposentaria de 62 para 64 anos na França. Amplamente impopular, a medida foi justificada pela falta de recursos para a previdência, dado o envelhecimento do país.

Além da matéria em questão, o presidente da França está sendo amplamente criticado por ter solicitado que a primeira-ministra Élisabeth Borne, chefe de governo na Assembleia Nacional, recorresse ao polêmico artigo 49.3 para tornar lei a reforma.

Com o dispositivo, o governo pode aprovar leis sem a anuência do Parlamento, o que é lido como um ‘atropelamento’ democrático.

Fonte : Money Times.

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