EUA decretam estado de emergência após ataque cibernético a oleoduto

EUA decretam estado de emergência após ataque cibernético a oleoduto

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Maior rede de transporte de combustíveis da costa leste do país é paralisada devido à ação de hackers, que pedem resgate para liberar sistema. Decreto do governo visa evitar desabastecimento.

 

Funcionário da Colonial em meio a canos de oleodutoOleoduto da Colonial tem 8.850 quilômetros de extensão

O governo americano decretou neste domingo (09/05) estado de emergência regional após um ataque cibernético que levou a suspensão das operações da maior rede de oleodutos na costa leste do país. O decreto visa evitar o desabastecimento de combustível na região. Esse foi o pior atentando do tipo contra a infraestrutura dos Estados Unidos.

A empresa Colonial Oleoduto transporta até 2,5 milhões de barris de gasolina, gasóleo e combustível de aviação por dia das refinarias no Golfo do México para as grandes cidades no sul e leste dos Estados Unidos, abastecendo cerca de 50 milhões de consumidores. Devido ao ataque descoberto na sexta-feira, a empresa interrompeu a operação nos 8.850 quilômetros da rede.

Num comunicado, a Colonial afirmou que decidiu interromper as operações em toda a rede de oleodutos para evitar mais danos nos sistemas de computador, mas não revelou por quanto tempo as operações ficarão paralisadas. A empresa afirmou ainda que o ataque envolve um ransomware, um malware que bloqueia os sistemas de computação e para libertá-los é exigido o pagamento de regaste.

Segundo o Departamento de Transportes americano, a declaração de estado de emergência cria condições “para o transporte imediato” de combustíveis e outros produtos refinados de petróleo. A medida atinge 17 estados e o distrito de Columbia. O decreto também flexibiliza os horários de trabalho e permite a realização de horas extras para garantir o abastecimento.

No domingo, a Colonial afirmou que estava reabrindo algumas linhas de transporte menores, mas que o sistema principal continuava paralisado e só seria reativo assim que a segurança estivesse garantida. A empresa disse ainda que estava em contato com autoridades.

A última vez que a empresa teve que interromper as suas linhas de transporte de combustível foi durante o furacão Harvey, que atingiu o Golfo do México, em 2017.

Darkside

A quadrilha cibernética conhecida como DarkSide estaria por trás dos ataques ao oleoduto, afirmaram fontes familiarizadas com a investigação. O grupo teria profissionalizado uma indústria criminosa de ataques com ransomware que custaram bilhões de dólares aos países ocidentais nos últimos três anos.

O DarkSide afirma que, em seus ataques, visa apenas grandes empresas e doa parte dos resgastes obtidos para caridade. Segundo especialistas, o grupo seria formado por cibercriminosos veteranos, voltados a extrair o máximo de dinheiro das vítimas.

A quadrilha teria sido notada pela primeira vez em agosto do ano passado e também é conhecido por evitar alvos em nações da ex-União Soviética, o que levanta as suspeitas de estarem ligada a um destes países.

cn/ (Lusa, AP, DW, AFP)

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