PIX estimulará fintechs e startups sem tirar espaço dos grandes bancos, diz presidente do BC

PIX estimulará fintechs e startups sem tirar espaço dos grandes bancos, diz presidente do BC

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Segundo Roberto Campos Neto, 2 milhões de operações foram realizadas nesta terça-feira (17), segundo dia de operação do novo sistema de pagamentos.

Por Alexandro Martello, G1 — Brasília

 

PIX tende a estimular as chamadas “fintechs” (pequenas empresas de tecnologia do setor financeiro) e as “startups” (companhias inovadoras com custos baixos), mas sem tirar espaço dos grandes bancos.

A avaliação foi feita nesta quarta-feira (18) pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, durante videoconferência. O novo sistema de pagamento foi criado pela instituição e entrou em operação plena nesta segunda-feira (16).

 

“A democratização é mais importante. Temos de estimular ‘fintechs’, ‘startups’. Os grandes bancos têm papel importante, e acho que não vão perder espaço. Vão se moldar a uma coisa diferente, à experiência do usuário, à interface com o consumidor, à conexão com outros negócios pequenos”, disse.

 

Segundo Campos Neto, o PIX não deve tirar receita dos bancos. Na visão do presidente do BC, o novo sistema de pagamentos vai gerar novos modelos de negócios, envolvendo pequenas empresas, por exemplo. Além disso, afirmou, aumentará a chamada “bancarização”, que vem sendo estimulada pelo auxílio emergencial.

“Não achamos que isso é um movimento que vai atrapalhar os grandes bancos. A gente acha o contrário. A gente acha, talvez, que o mercado do futuro seja os grandes bancos terem uma fatia um pouco menor de uma torta muito maior, porque gera inclusão financeira, gera bancarização, gera novos modelos de negócios”, explicou o presidente do BC.

Em outubro, a agência de classificação de risco Moody’s previu que os bancos deveriam perder até 8% da receita atual com tarifas por conta da entrada em vigor do PIX.

 

Experiência do usuário

Para Campos Neto, o banco que vai chegar na frente no uso do PIX é o que tornar tão fácil fazer um pagamento por meio do novo sistema quanto fazer uma ligação de telefone.

“Conectar o PIX com a agenda telefônica. Algumas melhorias podem fazer com que a agenda do usuário melhore, se a experiência do usuário for boa. A gente viu isso na Índia, pessoas fecharam conta em um banco e abriram no outro”, afirmou.

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Números do PIX

O presidente do Banco Central avaliou que o cadastramento de 30 milhões de chaves PIX em três dias foi “uma grande surpresa”.

“Conversando com pessoas que estudam isso há mais tempo, a gente não vê esse volume de adesão em nenhuma plataforma eletrônica. Não teve no isso nem no Instagram, nem no Facebook, nada parecido”, disse.

De acordo com ele, isso mostra uma demanda por um sistema de pagamento com as características do PIX.

“Estamos nos aproximando de 75 milhões de chaves, número grande de adesão. Bancos participaram de uma forma muito integrada, os bancos pequenos, grandes”, afirmou.

De acordo com Campos Neto, nesta terça-feira (17), segundo dia de funcionamento pleno do PIX, foram feitas quase dois milhões de operações.

Ele informou que a taxa de rejeição de transações, foi de 9% no primeiro dia de operações e de cerca de 6,5% no segundo. As rejeições estão relacionadas ao desencontro de informações prestadas pelos clientes aos bancos. Segundo o presidente do BC, o chamado DOC, tem rejeição de 5%.

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