Por Marcela AyresBRASÍLIA (Reuters) – O Brasil fechou 10.984 vagas formais de trabalho em junho, numa piora na comparação com a abertura de 48.436 postos em igual mês do ano passado, mas desacelerando o ritmo de perdas frente aos meses anteriores, quando o impacto da crise do coronavírus afetou frontalmente as estatísticas. Homem mostra carteira de trabalho enquanto aguarda em fila de emprego em São Paulo 29/03/2019 REUTERS/Amanda Perobelli
Este foi o pior junho do Caged desde 2016, quando houve encerramento de 91.032 vagas. A maior perda foi registrada no setor de serviços, com fechamento de 44.891 postos em junho. Comércio e indústria também registraram desempenhos negativos, com encerramento de 16.646 e 3.545 vagas, respectivamente. Já a agricultura abriu 36.836 empregos formais, ao passo que na construção o número ficou no azul em 17.270 vagas. Em 2020, os dados também vieram negativos em março (-259.917), abril (-918.286) e maio (-350.303), na esteira da paralisia econômica vivida pelo país com as medidas de isolamento social adotadas para frear a contaminação pelo Covid-19. “Frente a tudo isso que passamos, o número (de junho) é absolutamente positivo”, afirmou o secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco. No acumulado do primeiro semestre, foram fechados 1.198.363 postos, na série com ajustes, na performance mais fraca para o período da série iniciada em 2010 disponibilizada pelo Ministério da Economia. No mesmo período de 2019, foram abertas 408.500 vagas. Em coletiva virtual de imprensa, Bianco defendeu nesta terça-feira que o desempenho do emprego formal em junho sinaliza uma melhora da economia. Ele afirmou ainda que os números do Caged já demonstram “claramente” que a recuperação em V no pós-crise é “muito possível”, dado que o mercado de trabalho já está reagindo. Bianco também frisou a importância do Bem, benefício pago pelo governo aos que têm redução de jornada ou contrato de trabalho suspenso, para preservação dos empregos, ressaltando que já foram feitos até o momento cerca de 15 milhões de acordos. Destes, 1,5 milhão de novos acordos foram celebrados após a edição do decreto que autorizou a prorrogação da medida. Já considerando o novo prazo de vigência, Bianco afirmou que a expectativa é que o custo fiscal do Bem fique por volta dos 51 bilhões de reais originalmente estimados. Por ora, a equipe econômica não trabalha com nova perspectiva de alongá-lo, embora esteja aberta a repensar o assunto caso haja necessidade, acrescentou ele. Bianco também disse ter expectativas “muito positivas” para os dados de julho do Caged e apontou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, lançará “nos próximos dias” medidas para geração de empregos no pós-crise. |
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