Por Matthew Green e Jake Spring
China, Estados Unidos, Brasil, Austrália e Arábia Saudita lideraram a resistência a uma ação mais ousada, disseram delegados.
As negociações na COP25 em Madri eram vistas como um teste na disposição coletiva dos países de seguir orientações de cientistas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa mais rapidamente, de forma a prevenir que o aquecimento global atinja níveis irreversíveis.
Mas a conferência, em seu esboço do comunicado final, apoiou apenas uma declaração sobre a “necessidade urgente” de fechar a lacuna entre as emissões atuais e as metas de temperatura do Acordo do Clima de Paris, de 2015 -um resultado que o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, chamou de decepcionante.
Muitos países em desenvolvimento e ativistas queriam ter visto uma linguagem mais explícita que deixasse claro a importância de os países submeterem compromissos mais ousados sobre emissão à medida que o Acordo de Paris entra em uma fase crucial de implementação no próximo ano.
“Essas conversações refletem o quão desconectados líderes dos países estão da urgência da ciência e das demandas dos seus cidadãos nas ruas”, disse Helen Mountford, vice-presidente para Clima e Economia do centro de pesquisa World Resources Institute. “Eles precisam despertar em 2020.”
A falta de um resultado mais expressivo para reforçar o Acordo de Paris aumenta a relevância da próxima grande cúpula de clima em novembro do próximo ano, em Glasgow, na Escócia
Guterres, que abriu a cúpula em 2 de dezembro, se disse “desapontado”.
“A comunidade internacional perdeu uma oportunidade importante de mostrar ambição crescente na mitigação, adaptação e financiamento para enfrentar a crise ambiental”, disse ele em comunicado. “Não podemos desistir e eu não vou desistir.”