ENTREVISTA-Banco do Brics está comprometido com agenda da infraestrutura no Brasil e quer parcerias privadas

ENTREVISTA-Banco do Brics está comprometido com agenda da infraestrutura no Brasil e quer parcerias privadas

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Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) – Depois de aprovar um empréstimo de 500 milhões de dólares para o projeto brasileiro Fundo Clima, o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco do Brics, prevê apoio adicional a investimentos em infraestrutura no país, além da assinatura de um novo memorando de entendimentos com o BNDES, afirmou o presidente da instituição, K. V. Kamath, em entrevista à Reuters às vésperas da cúpula do grupo.
Presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, K. V. Kamath, participa de reunião anual da instituição em Xangai, China 28/05/2018 REUTERS/Aly Song

Segundo Kamath, o banco está “totalmente comprometido” em apoiar o Brasil em sua agenda de investimentos em infraestrutura. Para além do financiamento direto, ele previu eventual cooperação com o setor privado nesse sentido, por exemplo, com a concessão de garantias, reforço de crédito ou participação acionária.

“Com base nos requisitos atuais de desenvolvimento de infraestrutura no Brasil, a expectativa é que certos setores como água e saneamento, transporte e logística e infraestrutura urbana recebam mais foco em termos de operações soberanas do NDB. Do lado não soberano, são esperados projetos nas áreas de energia, transporte e logística”, afirmou, por email, à Reuters.

Ao falar especificamente sobre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Kamath classificou a relação com o banco de fomento brasileiro como “muito bem-sucedida”.

O BNDES foi o primeiro parceiro com o qual o NDB assinou um memorando de entendimentos, em 2015. O primeiro projeto financiado pelo banco do Brics no país foi o de energia renovável do BNDES, com empréstimo de 300 milhões de dólares.

“O NDB irá renovar seu memorando de entendimentos com o BNDES durante a cúpula (dos Brics) e também vamos aprofundar nosso trabalho conjunto em cooperação para projetos”, pontuou Kamath.

Para a cúpula dos Brics que ocorre nesta semana em Brasília, o NDB irá apresentar os progressos atingidos a seus países membros —Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Kamath, que é indiano, frisou que o Fundo Clima é um dos 14 empréstimos aprovados pelo banco neste ano, totalizando 4,4 bilhões de dólares.

Ao todo, o banco do Brics já chancelou o financiamento a 45 projetos, somando 12,5 bilhões de dólares. A ideia é fechar 2019 com uma carteira na casa de 14 bilhões a 15 bilhões de dólares, afirmou o presidente da instituição.

“O NDB percorreu um longo caminho em quatro anos, algo que nossos pares levaram décadas para alcançar”, disse Kamath, rebatendo críticas de que o banco do Brics ainda não teria efetivamente passado do discurso à ação.

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