CEO e diretor da Braskem (BRKM5) respondem a rumores de negociação bilionária para venda de ativos nos EUA 

CEO e diretor da Braskem (BRKM5) respondem a rumores de negociação bilionária para venda de ativos nos EUA 

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Em meio à forte pressão sobre as finanças da petroquímica, os executivos respondem a questionamentos sobre uma potencial negociação de três fábricas de polipropileno nos EUA

Camille Lima
Camille Lima
7 de agosto de 2025

Fábrica de cloro-soda da Braskem em Maceió
Fábrica de cloro-soda da Braskem em Maceió (AL) – Imagem: Braskem
WhatsappTwitterLinkedinFacebookTelegramEm uma verdadeira luta para estancar a queima de caixa e reduzir a alavancagem dos negócios, a Braskem (BRKM5) negocia uma venda bilionária de ativos nos Estados Unidos para a Unipar, segundo informações do colunista Lauro Jardim, d’O Globo.

De acordo com a coluna, a negociação envolve três fábricas de polipropileno: no Texas, na Pensilvânia e em West Virginia.

A potencial transação envolveria algo próximo de US$ 1 bilhão, segundo a publicação.

Questionado durante teleconferência de resultados, o CEO da Braskem, Roberto Ramos, afirmou que o resultado registrado nos EUA no primeiro semestre foi “atípico” e que as negociações envolvem patamar de valor.

“Essas plantas já deram US$ 1 bilhão de frutos de caixa anualmente. Eu vi a notícia desse jornalista, que é extremamente bem informado sobre a Braskem, mas US$ 1 bilhão pelas plantas de pátria propriedade nos EUA, a gente já tinha todo o ano. Então, estamos falando de outro nível de valor”, afirmou.

No segundo trimestre, o segmento “Estados Unidos e Europa” teve um Ebitda — indicador usado para mensurar a geração potencial de caixa operacional — recorrente negativo em US$ 8 milhões. Já a receita líquida somou US$ 739 milhões, uma redução de 24% na comparação anual.

 

Por sua vez, o diretor financeiro (CFO), Felipe Jens, disse que a petroquímica está avaliando a agenda e “tomando as devidas medidas” para uma potencial venda de ativos nos EUA.

“Esse é o caminho. Estamos muito focados nessa agenda, que traz medidas de liquidez e de valorização econômica de curto, médio e longo prazo. O que tiver possibilidade de uma eventual liquidez nesse período, vamos implementar essas medidas”, afirmou Jens.

“Tudo remete ao nosso plano de transformação. Os ativos que existem, sejam eles mais ou menos aderentes a este plano de transformação, podem sempre não serem mais parte do portfólio da companhia de maneira integral ou parcial”, acrescentou.

Segundo o CFO, os laboratórios dos EUA são “de extrema importância” e “absolutamente aderentes ao futuro da companhia”.

“O ativo em si, sem dúvida, é relevante. Já houve ciclos de geração de caixa e Ebitda maiores no passado, eles eventualmente deverão voltar no futuro. Por enquanto, vamos sempre avaliando as eventuais possibilidades e alternativas, desde que isso não nos desvie do nosso plano de transformação”, acrescentou.

A discussão sobre uma potencial venda de ativos acontece em um momento de forte pressão sobre as finanças da Braskem (BRKM5).

A petroquímica apresentou um aumento substancial da alavancagem no segundo trimestre. A relação entre a dívida líquida ajustada sobre o Ebitda recorrente subiu para 10,6 vezes no 2T25, um aumento de 33% em relação ao 1T25 e de 56% em relação ao 2T24.

A companhia também queimou caixa no período, com um consumo de cerca de R$ 1,4 bilhão entre abril e junho, contra uma cifra negativa de R$ 2,7 bilhões no primeiro trimestre e de R$ 74 milhões no mesmo intervalo de 2024.

Veja aqui os detalhes do balanço da Braskem no 2T25 e a visão dos analistas sobre o resultado.

O plano de transformação da Braskem (BRKM5)

Do lado do plano de transformação, a Braskem (BRKM5) está em negociações avançadas com potenciais interessados em algum tipo de participação societária na nova empresa Green, afirmou o diretor financeiro.

“Esse processo geralmente leva vários meses, até anos, para ser realizado. Começamos isso no final do ano passado”, disse o executivo.

O projeto “Fly up to Green” prevê a criação de uma unidade dentro da Braskem que agregará todos os ativos verdes da companhia e demandará “investimentos de grande montante”, segundo o CFO.

A expectativa é que os processos de due diligence — etapa fundamental para fusões ou aquisições — com os potenciais investidores na Green sejam concluídos ao longo das próximas semanas ou meses.

 

Camille LimaCamille Lima

camille.lima@seudinheiro.comRepórter de bancos e empresas no Seu Dinheiro. Bacharel em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.

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