ANALISE DADOS PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA ESTADO DE ALAGOA

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Usina Central Leão- Município de Rio Largo

Usina Serra Grande- Município de São José da Lage

 

As series históricas dos registros de precipitação pluviométrica das unidades produtoras de cana de açúcar usina Central Leão e Serra Grande compreende o período de 1922 até 2023, portanto 102 anos.

A analise preliminar dos índices anuais de precipitação pluviométrica permite identificar uma tendência sazonal, de períodos de escassez de chuva em intervalos de aproximadamente entre 10 e 13 anos.

Observasse ocorrências em intervalos menores, porem de menor intensidade.

A observação mais relevante, entretanto, é que não se observa redução do nível de precipitação pluviométrica do inicio da serie histórica, ano de 1922, para os dias atuais.

Ou seja, a ação da ocupação do território do Estado de Alagoas com a atividade agropecuária não interferiu no índice de precipitação pluviométrica.

No decorrer desse período, a população do Estado de Alagoas passou de 980 mil habitantes em 1920, para 3,13 milhões, conforme o último censo demográfico do IBGE, em 2022.

A produção de cana de açúcar que era de 1,52 milhões de toneladas na safra de 1948/49 atingiu a marca de 30,26 milhões na safra de 1986/87, recuando para 16,27 milhões na safra 2022/23.

A redução na produção de cana de açúcar no Estado de Alagoas foi uma decorrência da forte crise econômica que afetou o setor em todo o País e da topografia inadequada para a exploração da cultura em algumas regiões. O número de empresas produtoras de açúcar e etanol era de 36 em 1986 e atualmente são 15 em operação.

A área agrícola anteriormente ocupada com cana de açúcar passou a ser utilizada com outras culturas, notadamente pela pecuária e produção de eucalipto.

O quadro abaixo indica a média móvel de onze anos, da precipitação pluviométrica observada em cada ano indicado.

 

     Ano          Leão  Serra Grande
    1927      1.486 mm       1.250 mm
    1937      1.738mm       1.183mm
    1947      1.870mm       1.308mm
    1957      1.670mm       1.075mm
    1967      1.905mm       1.191mm
    1977      1.768mm       1.187mm
    1987      2.168mm       1.286mm
    1997      2.110mm       1.327mm
    2007      2.078mm       1.459mm
    2017      1.836mm       1.374mm
    Geral      1.874mm       1.276mm

 

A analise do quadro acima, contendo os dados da média móvel de 11 anos, período de tempo aproximado da ocorrência de forte escassez de chuva, indica que o índice de precipitação pluviométrica tem aumentado nos últimos 102 anos.

No decorrer do período em tela, foram registrados oito anos de forte escassez de chuva na área da Usina Serra Grande, a saber:

1928… 861 mm          1935… 872 mm          1952… 865mm           1971…919mm

1980… 850mm           1993…689mm            1998…870mm            2013…809mm

A média de precipitação pluviométrica durante esses oito anos de déficit hídrico, foi de 842 mm, 34% inferior à média geral observada em todo o período.

Observe que a média de precipitação da Usina Serra Grande, na grande média do período, é 31,9% inferior à precipitação da Usina Leão.

A Usina Leão está localizada muito próxima ao litoral, no centro da zona da mata do Estado, enquanto a Serra Grande já se encontra perto do portal da zona do agreste alagoano.

A precipitação média registrada no ano de 2017, que corresponde à média das precipitações dos anos de 2011 a 2023, comparada com a precipitação média do ano de 1927, que corresponde à média das precipitações dos 11 anos entre 1922 a 1932, indica os seguintes índices de aumento:

Usina Leão……………. 1.836/ 1486= 1,236      +23,6% precipitação anual

Usina Serra Grande… 1.374/1250= 1,099       + 9,9% precipitação anual

A analise dos gráficos das médias moveis dos 11 anos de precipitação pluviométrica das duas unidades produtoras consideradas, indicam uma regular tendência de aumento do nível de intensidade de chuvas.

A luz dessas informações, as afirmações que os desmatamentos ocorridos para substituir as florestas naturais por culturas, tais como a cana de açúcar, pastagens e outras atividades rurais, são responsáveis pelas “mudanças climáticas”, não correspondem às evidências estatísticas.

Essa é uma evidência válida para esse período de analise, 102 anos, no espaço territorial do Estado de Alagoas, nos Municípios de Rio Largo e São José da Lage.

 

Maceió, março de 2024.

 

José Ribeiro Toledo Filho.

Empresário e Economista

 

 

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