Ibovespa cai 0,57% na 1ª sessão do mês, puxado por commodities e de olho no Copom

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Dados macroeconômicos apontando economia mais fraca na China e na Europa reacenderam o temor de recessão mundial

Por Vitor Azevedo 

O mês de agosto começou com baixa para o Ibovespa. O benchmark da Bolsa fechou em queda de 0,57% neste terça-feira (1), primeiro pregão do mês, aos 121.248 pontos. O índice foi puxado, segundo especialistas, principalmente pelas ações de commodities e também com investidores cautelosos aguardando a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para o pós-fechamento de amanhã.

As ações ordinárias da Vale (VALE3) perderam 1,39%. As ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram, respectivamente, 2,10% e 1,64%.

“Ibovespa cai hoje com empresas de peso no índice em queda como Vale e Petrobras. As da Petrobras acompanham a queda do petróleo lá fora. Dados vindos do exterior sobre China também colaboram para o pessimismo no setor de commodities, principalmente do minério”, explica Fabio Louzada, fundador da Eu me banco. Além da queda do petróleo, o noticiário sobre reajuste de preços de combustíveis abalou as ações. Jean Paul Prates, o presidente da estatal negou aumento de preços de combustíveis agora.

O PMI Industrial Caixin, da China, teve leitura de 49,2 no mês de julho. Publicado ontem à noite, o número ficou aquém dos 50,3 aguardado pelo mercado e dos 50,5 de junho. Na Zona do Euro, houve uma série de publicações de PMIs no inicio da manhã sendo que a maioria também veio aquém do consenso.

“Saiu PMI de Caixin, mais fraco do que o esperado, na China. Na Zona do Euro, a maioria também veio aquém”, corrobora Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.

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A preocupação de uma economia global mais fraca fortaleceu o dólar mundialmente. O DXY, que mede a força da divisa americana frente outras de países desenvolvidos, subiu 0,38%. Frente ao real a alta foi de 1,27%, a R$ 4,789 na compra e a R$ 4,79 na venda.

“Em um dia marcado pela aversão global ao risco após dados desanimadores vindos do exterior, investidores buscam proteção do dólar, que hoje apresenta recuperação em relação às principais moedas”, comenta Diego Costa, head de câmbio para Norte e Nordeste da B&T Câmbio. “A leitura dos dados da indústria com o PMI no exterior acendeu novamente o sinal de alerta para o risco de recessão, o que pode levar os bancos centrais a reavaliarem suas políticas restritivas”.

Além disso, de acordo com Costa, há grande expectativa para decisão de juros no Brasil, que acontecerá amanhã, bem como o relatório de Payroll nos Estados Unidos, que será divulgado na sexta-feira.

 

“Apesar dos últimos indicadores de inflação oferecerem suporte para um recuo de 0,50 ponto percentual, é possível que o Banco Central opte por iniciar o ciclo de forma mais suave, com uma redução de 0,25 ponto percentual, a fim de observar os efeitos antes de acelerar mais o ritmo de cortes”, comenta.

A curva de juros subiu na sua ponta curta e no seu meio. Os DIs para 2024 ganharam dois pontos-base, a 12,60%, e os para 2025, 4,5 pontos, a 10,66%. Os rendimentos contratos para 2027 e 2029 subiram, respectivamente, dois pontos e um ponto, a 10,15% e 10,36%. Os Dis para 2031 foram a 10,71%, com menos quatro pontos.

Companhias ligadas ao mercado interno, com isso, também ficaram entre as maiores quedas do Ibovespa. As ações ordinárias da Arezzo (ARZZ3) perderam 3,28%, as da Via (VIIA3), 1,85%, e as da Cyrela (CYRE3), 1,26%.

“Quem ganha com recuo maior da taxa de juros é o consumidor, pois se abre brecha para fazer troca de dívidas, as empresas, com crédito mais barato, e a Bolsa, com a renda fixa perdendo atratividade. Mercado imobiliário também dá espaço para hipotecas e financiamentos habitacionais”, explica André Luiz Rocha, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

Fonte : Infomoney

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