Diesel mais caro: governo deve antecipar reoneração do combustível para bancar desconto em carro popular

Diesel mais caro: governo deve antecipar reoneração do combustível para bancar desconto em carro popular

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Volta da cobrança de impostos federais sobre o diesel estava prevista para janeiro do ano que vem, mas uma parte da reoneração já deve ocorrer em setembro deste ano

Estadão Conteúdo

Carros em concessionária
Programa de desconto para carros de até R$ 120 mil deve ser anunciado oficialmente na segunda-feira, 5. – Imagem: Shutterstock
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve antecipar a reoneração do diesel, que estava prevista para janeiro do ano que vem, para bancar o programa de estímulo à venda de carros novos. A proposta foi sugerida pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A informação foi publicada pelo portal G1 e confirmada pelo Estadão.

O programa de desconto para carros de até R$ 120 mil deve ser anunciado oficialmente na segunda-feira, 5. A previsão é que a volta da cobrança de impostos federais sobre o diesel seja feita em duas etapas: metade em setembro deste ano e a outra metade, em janeiro de 2024.

O valor que será arrecadado com a reoneração, cerca de R$ 3 bilhões, vai compensar o pacote, que deve custar R$ 1,5 bilhão. O valor restante, R$ 1,5 bilhão restante será utilizado para reduzir o rombo das contas públicas em 2013, atualmente previsto em R$ 136,2 bilhões.

Em vez de corte de PIS/Cofins e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), como era previsto no plano original do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC), sob o comando do vice-presidente Geraldo Alckmin, o governo irá conceder créditos tributários aos fabricantes de veículos com a receita proveniente da desoneração.

Como revelou a reportagem de sexta-feira (02), o formato do desconto também vai mudar. Em vez da redução de 1,5% a 10,96% sobre o valor do carro mediante redução de impostos, serão oferecidos bônus de R$ 2 mil a R$ 8 mil. Com a mudança, o valor do bônus será aplicado na Nota Fiscal ao consumidor e compensado depois pelas montadoras no recolhimento dos tributos.

A ideia é publicar uma Medida Provisória (MP), com validade de quatro meses, inicialmente para vendas apenas a pessoas físicas, pois o foco é beneficiar o consumidor final. Em prazo ainda a ser definido, as vendas seriam liberadas também para pessoas jurídicas, como locadoras e frotistas.

Atualmente, os dois modelos de carro mais baratos à venda, o Fiat Mobi e o Renault Kwid, custam R$ 68.990. Se o desconto tiver como base apenas o valor do bônus, os preços seriam reduzidos em R$ 8 mil, caso eles atendam as três exigências do governo. O chamado carro popular, portanto, custaria R$ 60.990.

A meta do governo era chegar ao valor limite de R$ 60 mil, que não seria alcançado. Para isso ocorrer, as montadoras ou concessionários teriam de dar um desconto extra.

O governo também quer atrelar o programa a um “pacote verde” do Ministério da Fazenda, para promover a transição energética no País. A iniciativa tem o objetivo de aliviar as críticas de ambientalistas ao pacote.

Impasse

O governo teve dificuldades para encontrar a compensação para o programa, já que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige medidas para compensar a redução de tributos.

Essa foi a principal razão de os detalhes do pacote não terem sido divulgados na semana passada no anúncio feito por Alckmin. Geraldo Alckmin. Como mostrou o Estadão, Lula pediu mais tempo aos industriais porque o pacote não estava pronto.

O improviso no anúncio da medida tem recebido críticas dentro do próprio governo. Há uma preocupação de que o programa, anunciado no Dia da Indústria, seja confundido com a nova política de reindustrialização, batizada pelo presidente Lula de neoindustrialização, cujas bases foram explicitadas em artigo publicado no Estadão assinado por ele e o vice-presidente.

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