Cresce participação de mulheres na chefia, mas diferença salarial segue como há 50 anos nas seguradoras

Cresce participação de mulheres na chefia, mas diferença salarial segue como há 50 anos nas seguradoras

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Para cada diretora mulher, há 2,2 diretores homens, aponta pesquisa da ENS

Por Gilmara Santos 

Mulher digitando no teclado
Escritório

A participação das mulheres em cargos de gerência nas seguradoras aumentou. No entanto, a defasagem salarial permanece como há 50 anos. É o que mostra a 4ª edição da pesquisa da Escola de Negócios e Seguros (ENS). De acordo com o levantamento, embora 55% de todos os funcionários de uma seguradora sejam mulheres, apenas 44% dos gerentes são do sexo feminino.

A situação piora entre os cargos executivos. Para cada diretora mulher, há 2,2 diretores homens. A boa notícia é que mesmo essa diferença persistindo, ela já foi bem maior. Em 2012, a proporção era de quatro homens para uma mulher.

“Os dados nos dão otimismo, já que as indicações são de uma melhora significativa. Sabemos que o pilar de gênero não é o único que precisa ser trabalhado em busca da maior diversidade no setor de seguros. O que constatamos nesse estudo é que um maior número de empresas tem trabalhado ativamente para incentivar mais mulheres nos cargos executivos, e elas estão chegando lá. Sabemos que não é, nem nunca foi, uma questão de competência”, afirma Maria Helena Monteiro, diretora de ensino técnico da ENS.

De acordo com o estudo, há 10 anos, a participação feminina tem se mantido constante no total de funcionários das seguradoras. Hoje está em 55%, em 2012, era 57%. O estudo ouviu 16 empresas em um universo de quase 12 mil funcionários.

Salário menor

A pesquisa revela ainda que a relação salarial entre mulheres e homens, nesse universo, se mantém a mesma desde a década de 1970, em torno de 75%.

Em 2015, o salário médio no setor era de R$ 5,4 mil para homens e R$ 3,9 mil para mulheres. Em 2018, os valores subiram para R$ 6,3 mil e R$ 4,5 mil, respectivamente. Em 2021, os homens ganhavam R$ 8,3 mil por mês e as mulheres, R$ 5,8 mil.

A capacitação técnica não foi considerada como um fator para explicar as diferenças salariais entre os sexos ou os desníveis hierárquicos, pois, segundo a pesquisa, os homens e mulheres entrevistados apresentam a mesma formação acadêmica.

 

 

“A diferença salarial é no mundo inteiro e não só no mercado de seguros. Mulheres pelas razões que a gente já conhece [ser responsável pelo cuidado dos filhos e da casa], acabam ficando para trás. Homens são mais promovidos e mais agressivos quando o assunto é tentar uma promoção no trabalho”, diz Maria Helena.

Mas as seguradoras já mostram ações efetivas para superar esse cenário, em particular, quando o assunto são “políticas para promoção da igualdade de oportunidades para homens e mulheres”.

De acordo com a pesquisa, publicada pela primeira vez em 2013, atualmente 56% das seguradoras já praticam algum tipo de ação nesse sentido. Em 2015, esse número era a metade: 28%.

“O importante é a gente observar que o copo está meio cheio. Tem muita coisa para fazer, mas é um problema não só das empresas, mas também social. Mulheres têm ônus maior e a dupla jornada é uma verdade. Aos poucos vamos mudando este cenário”, finaliza Maria Helena.

Fonte : Infomoney

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