“O BRB vai ter que arcar com as taxas dos CDBs do Banco Master”, diz Abradin

“O BRB vai ter que arcar com as taxas dos CDBs do Banco Master”, diz Abradin

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O Presidente da Associação de Investidores falou sobre compra do Master pelo Banco de Brasília; o Master já emitiu R$ 40 bilhões em CDBs



Por Jenne Andrade e  Beatriz Rocha28/03/2025 |

Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master. Foto: Reprodução/YouTube
Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master. Foto: Reprodução/YouTube

Até junho de 2024, dado financeiro mais recente, o Banco Master tinha R$ 40 bilhões em depósitos, a maior parte em Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) emitidos – e com alguns dos rendimentos mais altos do mercado, de até 140% do CDI. O estoque sempre chamou a atenção do mercado, já que se tratava de um instituição financeira de médio porte. Para efeito de comparação, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que garante quantias de até R$ 250 mil investidos em CDBs e outros produtos em caso de quebra dos bancos, possuía no mesmo período cerca R$ 107,8 bilhões em liquidez.

Para Aurélio Valporto, presidente da Associação Brasileira de Investidores (Abradin), o BRB vai ter que arcar com as taxas dos CDBs emitidos pelo Master. A operação de compra do Banco Master pelo BRB foi confirmada nesta sexta-feira (28).

Essa também é a visão de Andressa Bergamo, especialista em investimentos e sócia-fundadora da AVG Capital. “É provável que o BRB assuma as obrigações financeiras do Banco Master, garantindo a continuidade dos pagamentos e condições acordadas inicialmente”, diz.

 

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Na opinião da especialista, a operação não deve representar riscos imediatos para os investidores que possuem CDBs do Banco Master. “Por ser controlado pelo governo do Distrito Federal, a aquisição vai deixar muitos investidores até mais tranquilos nesse momento.”

Procurados pela reportagem, o Master e o BRB não se posicionaram sobre o assunto.

BRB muda o jogo do Banco Master

Gianluca Di Mattina, especialista em investimentos da Hike Capital, aponta que o Banco Master cresceu de forma acelerada nos últimos anos, apoiado em estratégias como a concessão de crédito para empresas em dificuldades e a venda agressiva de CDBs através de plataformas de investimento. O patrimônio líquido da instituição cresceu 86% somente entre 2023 e 2024, por exemplo, saindo de R$ 2,3 bilhões para R$ 4,2 bilhões.

“Parte desse crescimento foi sustentado por uma carteira de crédito concentrada em precatórios, o que despertou preocupação entre analistas e reguladores”, diz Mattina. A preocupação com a explosão de CDBs de mais de 140% do CDI atrelados a bancos menores, segundo apurou o Estadão, fez com que o Banco Central moderasse a emissão desse tipo de produto em uma nova regra de julho do ano passado.

Agora, a entrada do BRB muda o jogo. Segundo o especialista da Hike, o banco público tem uma estrutura sólida, com histórico de governança estável e boa reputação no mercado. Recentemente, o BRB reforçou seu capital com uma injeção privada de R$ 750 milhões para sustentar sua expansão, com iniciativas como o banco digital em parceria com o Flamengo, que já soma milhões de contas.

 

“Com a aquisição, espera-se que o Master se beneficie da estrutura e da governança do BRB. Embora as instituições continuem operando de forma separada, a marca BRB será adotada e o banco estatal terá voto afirmativo em matérias estratégicas. Isso sinaliza maior controle e possivelmente maior prudência nas decisões futuras”, afirma Mattina, que vê a aquisição como um gatilho que melhorará o perfil de risco da instituição, o que é positivo para os investidores. Agora, é preciso ficar atento à aprovação da transação pelo Banco Central e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A operação

Nesta sexta-feira (28), o Banco de Brasília confirmou a compra do Banco Master em comunicado enviado a investidores. No acordo assinado, o BRB leva 58% das ações da instituição financeira de Daniel Vorcaro.

“O novo conglomerado prudencial visa fortalecer a atuação conjunta no mercado, pela oferta completa de produtos e serviços bancários, de seguridade, meios de pagamento e investimentos a pessoas físicas e jurídicas, presença nacional e estrutura de governança, capital, liquidez, rentabilidade e conformidade regulatória compatível com o porte do novo conglomerado”, diz o BRB, no documento.

As empresas manterão as estruturas separadas, com compartilhamento de “governança, expertise, sinergias e coordenação estratégica e operacional”. Enquanto o BRB tem presença consolidada no crédito imobiliário, setor público, meios de pagamento, seguros e investimentos, o Master contribuiria com o segmento de cartão de crédito consignado, câmbio, mercado de capitais e atacado.

O preço de aquisição a ser pago pelo BRB será equivalente a 75% do patrimônio líquido consolidado do Banco Master, com 50% pago à vista na data de fechamento da operação. Até junho de 2024, o patrimônio líquido do Master era de R$ 4,2 bilhões.

Fonte : Estadão

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