Giovana Leal
10 jan 2025,
(Imagem: Divulgação/BC)O Banco Central (BC) atribuiu o estouro da meta de inflação em 2024 ao ritmo forte de crescimento da atividade econômica, à depreciação cambial e aos fatores climáticos, mostra carta enviada ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A meta perseguida pela autarquia era de 3%, com uma banda de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. No entanto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,52% em dezembro e fechou 2024 em 4,83%.
“Os principais fatores que contribuíram para o desvio de 1,83 p.p. da inflação em relação à meta foram a inflação importada (contribuição de 0,72 p.p.), a inércia do ano anterior (0,52 p.p.), o hiato do produto (0,49 p.p.) e as expectativas de inflação (0,30 p.p.)”, mostra a carta assinada pelo presidente da autarquia, Gabriel Galípolo.
Dentro do grupo da inflação importada, a principal contribuição veio, justamente, da depreciação cambial (efeito de 1,21 p.p.), seguida das commodities em geral (0,10 p.p.).
A depreciação cambial decorreu principalmente de fatores domésticos, complementada pela apreciação global do dólar norte-americano. Por outro lado, a queda no preço internacional do petróleo amorteceu o impacto.
“A taxa de câmbio subiu de R$ 4,95/US$ na média do último trimestre de 2023 para R$ 5,84/US$ na média do mesmo período em 2024, uma variação de 18,0%.”
O crescimento da atividade econômica, que surpreendeu para cima ao longo do ano, também contribuiu para o estouro do intervalo de tolerância. O BC espera crescimento de 3,5% Mercados
Inflação ficará acima da meta até o terceiro tri de 2025
A BC prevê que a inflação ficará acima do limite do intervalo de tolerância até o terceiro trimestre de 2025. Depois, o índice deve entrar em trajetória de declínio, mas ainda permanecendo superior à meta.
A projeção da autoridade monetária para o IPCA em 2025 é de 4,5%, segundo o Relatório de Inflação divulgado em dezembro do ano passado.
Em 2026, a expectativa é de que o IPCA feche em 3,6%. No primeiro trimestre, a projeção situa-se em 4,2% e, no horizonte relevante de política monetária — segundo trimestre do mesmo ano –, em 4%.
A autarquia diz ter definido a meta para a taxa Selic para assegurar a convergência do índice à meta. “Depois de período de distensão monetária, o Copom retomou ciclo de aumento da taxa de juros, com ajustes de magnitude crescente e, na última reunião, com sinalização dos passos para as duas reuniões seguintes.”
Por Giovana Leal
Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp – Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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