China quer salvar o mercado imobiliário a todo custo: governo anuncia nova série de estímulos econômicos

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Após pacote agressivo divulgado na semana passada, o Banco Popular da China vai reduzir as taxas das hipotecas

Maria Eduarda Nogueira
Maria Eduarda Nogueira
30 de setembro de 2024

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Imagem: iStock/dk1234
WhatsappTwitterLinkedinFacebookTelegramO Banco Popular da China (PBoC) anunciou no domingo (29) que vai reduzir as taxas de hipotecas que foram formalizadas antes do dia 31 de outubro.

Os bancos comerciais devem fazer a redução para, no mínimo, 30 pontos-base abaixo da taxa básica de empréstimos (Loan Prime Rate), que é a referência para empréstimos hipotecários. Atualmente, esta taxa está em 3,35% a.a.

  • Vale lembrar: a hipoteca é um tipo de financiamento imobiliário em que o devedor oferece o próprio imóvel como garantia para o banco. Em geral, os juros são mais baixos e os prazos podem ser mais longos.

Até às 14h30 de hoje, o Ibovespa parece indiferente ao novo pacote chinês e opera com leve queda de 0,19%. O dólar, por sua vez, se mantem com leve alta de 0,3%, negociando a R$ 5,45.

Estímulos do governo chinês à economia não são novidade

Este não é o primeiro e, provavelmente, não vai ser o último estímulo do governo chinês para tentar salvar o mercado imobiliário.

No entanto, as medidas ainda não conseguiram impulsionar as vendas ou aumentar a liquidez, considerando que muitos consumidores estão evitando este mercado, que continua sendo um grande obstáculo ao crescimento econômico mais amplo do país.

Somando-se aos novos estímulos anunciados pelo PBoC, algumas cidades chinesas divulgaram iniciativas para conter a crise imobiliária.

 

Guangzhou eliminou todas as barreiras para compra de imóveis, enquanto as cidades de Xangai e Shenzhen vão afrouxar as restrições para não-habitantes, além de diminuírem o valor da entrada para menos de 15% para as pessoas que estão comprando a primeira casa.

O PBoC também irá estender até o final de 2026 os estímulos para construtoras, principalmente no quesito de empréstimos, para suprir demandas de financiamento.

Tentando salvar o mercado imobiliário a todo custo

Na terça-feira passada (24), o presidente do Banco Popular da China, Pan Gongsheng, anunciou um pacote de medidas econômicas considerado o mais agressivo desde a pandemia de Covid-19.

As iniciativas incluem a redução do compulsório bancário e o corte de taxas de juros, inclusive para financiamentos imobiliários e para a compra de um segundo imóvel.

Além disso, o Ministério das Finanças da China planeja emitir 2 trilhões de yuans (R$ 1,5 trilhão no câmbio atual) em títulos de dívida como parte das iniciativas de estímulo fiscal.

Os valores serão usados para estimular o consumo, dar um auxílio financeiro para famílias que tiverem duas ou mais crianças, além de ajudar os governos locais a resolver seus problemas de dívida.

As rachaduras no mercado imobiliário chinês já se estendem há pelo menos três anos, quando houve o calote da Evergrande, uma das maiores players do setor de imóveis.

Os problemas no segmento se sucedem desde então e geram um grande receio no mercado sobre a saúde da segunda maior economia do mundo.

* Com informações da Reuters. 

 

Maria Eduarda Nogueira
Maria Eduarda Nogueira
Jornalista formada pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduanda na ESPM. É coordenadora de marketing do Seu Dinheiro e do Money Times. Entrou para o mercado financeiro inesperadamente e está sempre disponível para falar sobre inovação, criatividade e cultura pop.

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