Por Liliane de Lima

Uma montanha-russa. Depois de um dia volátil, o dólar à vista (USDBRL) fechou a R$ 5,4838, com alta de 0,27% nesta quinta-feira (15).
No exterior, o dólar também ganhou força. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, fechou com avanço de 0,45%.
O que mexeu com o dólar hoje?
No exterior e no Brasil, o dólar operou instável ao longo do dia, mas estendeu os ganhos da sessão anterior.
Em primeiro lugar, os investidores seguiram concentrados no cenário fiscal. O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), adiou a votação do projeto de lei da desoneração da folha de pagamentos, que beneficia 17 setores da economia, para a próxima terça-feira (20).
Mas assim como na véspera, a moeda norte-americana repercutiu novos dados econômicos dos Estados Unidos, que renovaram as apostas de corte nos juros pelo Federal Reserve (Fed) e reduziram as preocupações de uma eventual recessão da maior economia do mundo.
As vendas no varejo dos EUA subiram 1,0% em julho, depois de uma queda revisada para baixo de 0,2% em junho. Além disso, os pedidos de auxílio-desemprego caem 7 mil na semana, a 227 mil — ante expectativa de 233 mil.
Ontem (14), o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) avançou 0,2% em julho ante junho, como o previsto. Na comparação anual, a inflação subiu 2,9% e ficou levemente abaixo das expectativas de 3%. A taxa anual é a mais baixa desde março de 2021.
Com os dados, o mercado consolidou as apostas de corte nos juros pelo Fed na reunião de setembro.
Hoje, as apostas de corte de 25 pontos-base, o que levaria os juros dos Estados Unidos (Fed Funds) a faixa de 5% a 5,25% ao ano, voltou a ser majoritária. A probabilidade subiu de 64% (ontem) para 76,5% hoje, de acordo com a ferramenta de monitoramento do CME Group.
Já as apostas de redução de 0,50 ponto percentual, trazendo o Fed Funds a 4,75% a 5,00% ao ano, caíram de 36% (ontem) para 23,5% (hoje).
Vale lembrar que, quanto mais o Fed reduzir os juros, pior para o dólar.
Isso porque a moeda se torna comparativamente menos atrativo à medida que os rendimentos (yields) dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos (Treasuries) caem, gerando apetite por risco em outros mercados com juros mais altos, como o Brasil.
Por Liliane de Lima
Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.