O momento é da IA e Brasil pode ser competitivo, diz estrategista da BlackRock  

O momento é da IA e Brasil pode ser competitivo, diz estrategista da BlackRock  

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A gestora vê três assuntos captando grandes quantias de investimentos no futuro – e, em duas, o Brasil pode ter um papelMonique Lima

 

Axel Christensen, estrategista-chefe da BlackRock para América Latina. Foto: Divulgação
Axel Christensen, estrategista-chefe da BlackRock para América Latina. Foto: Divulgação
 

Inteligência artificial é a maior aposta global de revolução tecnológica para os próximos anos e tem sido um chamariz para investimentos, mas, para muitos especialistas, o Brasil não tem empresas posicionadas para capturar os ganhos dessa inovação. Mas a avaliação não é bem assim dentro da gigante BlackRock.

 

Para Axel Christensen, estrategista-chefe da América Latina da BlackRock, há empresas brasileiras que demonstram serem competitivas em IA e que podem ter grandes resultados no médio e longo prazo. O momento, diz, é de possibilidades, visto que a tecnologia ainda é inicial e está em fase de aprimoramento. “Há muito para se fazer no cenário local em relação a inteligência artificial”, afirmou em evento fechado para jornalistas na terça-feira (16).

 

Além das empresas, o estrategista-chefe vê perspectivas positivas para o país no que diz respeito à demanda crescente por data centers que suportem os dados de treinamento das IAs.

Na Europa e nos Estados Unidos as companhias que avançam na tecnologia enfrentam questões em relação a energia e água. O Brasil, que tem grande produção de energia limpa e muita água, pode ser uma alternativa. “É preciso atrair essas empresas neste momento que representa uma oportunidade”, diz Christensen.

Para a BlackRock, o mundo vive uma onda de transformação em uma escala raramente vista na história, e elege três assuntos que devem nortear grandes investimentos daqui para a frente: além de IA, energia de baixo carbono e cadeia de suprimentos mundial.

 

Ganhadoras hoje. E no futuro?

Atualmente, grandes empresas de tecnologia são apontadas como as “campeãs” do setor de IA, mas Christensen defende visão mais cautelosa, visto que “o processo de mudanças como o atual é muito dinâmico”. O estrategista aconselha olhar para o passado em busca de referência.

Quando a internet e os smartphones surgiram, as empresas que lideravam, como Yahoo e Nokia, não eram as mesmas “campeãs” da atualidade. “Não há garantia de quem serão os ganhadores no futuro. Não são sete empresas campeãs em definitivo, é um processo”, afirma.

O profissional acredita que “companhias não óbvias”, de setores que podem ter grandes ganhos funcionais com a IA, devem se destacar no médio e longo prazo – como as farmacêuticas. “É possível ter um grande incremento de produtividade na análise de dados que antecede o desenvolvimento de remédios, além de ajudar a economizar centenas de milhares com produtos que não desempenham bem no mercado”, diz.

 

Suprimentos em movimento

Além das finanças, a BlackRock também está de olho no investimento em infraestrutura, com destaque para México e Índia devido ao processo de reposição das cadeias de suprimentos globais. No primeiro, pela proximidade com os Estados Unidos e o processo de nearshoring que foi intensificado após a pandemia. Na Índia, pela realocação de empresas como alternativa em relação à China, além de vantagens demográficas e mais empresas promissoras em inteligência artificial.

“Muito dinheiro deve entrar para realocar a cadeia de suprimentos, mas são países que precisam de muito investimento infraestrutura para suportar essas mudanças. É uma oportunidade”, diz Christensen.

Para o restante da América Latina, o executivo da BlackRock enxerga força na agenda de energia e transição para baixo carbono, devido às grandes fontes de lítio de países como Chile e Peru, e aos avanços em energia limpa e grande volume de água no Brasil.

Fonte : Infomoney

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