Sinal amarelo? Pior coisa seria cortar juros e depois ter de reverter, diz diretor do Fed

Sinal amarelo? Pior coisa seria cortar juros e depois ter de reverter, diz diretor do Fed

- in Notícias
0
Comentários desativados em Sinal amarelo? Pior coisa seria cortar juros e depois ter de reverter, diz diretor do Fed

Por Reuters

EUA, Federal Reserve, Christopher Waller
“Temos a flexibilidade para sermos metódicos e cuidadosos”, disse ele (Imagem: REUTERS/Ann Saphir)

O diretor do Federal Reserve Christopher Waller disse nesta terça-feira que o momento dos cortes na taxa básica de juros este ano dependerá das deliberações do painel de definição de política monetária do Fed, mas que ele não gostaria de começar até que eles estivessem “relativamente convencidos” de que a inflação estava sustentavelmente próxima da meta de 2%.

“Podemos levar o tempo que for necessário para garantir que façamos isso corretamente”, disse ele em um evento virtual realizado pela Brookings Institution.

“Temos a flexibilidade para sermos metódicos e cuidadosos”, disse ele, acrescentando que a “pior coisa” seria começar a cortar e depois ter de reverter o curso.

Os comentários de Waller contrariaram as expectativas do mercado de que o Fed começará a cortar os juros em sua reunião de março e reduzirá talvez 1,5 ponto percentual da taxa básica até o final do ano.

Depois das falas, operadores reduziram as apostas de que o banco central reduziria em março os custos de empréstimos, que são mantidos na faixa atual de 5,25% a 5,5% desde julho.

A próxima reunião do Fed será nos dias 30 e 31 de janeiro.

 

“Com a atividade econômica e os mercados de trabalho em boa forma e a inflação gradualmente em queda para 2%, não vejo razão para agir tão rapidamente ou cortar tão rapidamente como no passado”, disse Waller, contrariando as expectativas do mercado de que o Fed começará a reduzir os custos de empréstimos na reunião de março e poderá reduzir 1,5 ponto percentual dos juros até o fim do ano.

Desde de julho o Fed trabalha com uma taxa básica na faixa de 5,25% a 5,5%.

Os dados recentes “são quase tão bons quanto podem ser” para o banco central, com o crescimento econômico desacelerando gradualmente, a taxa de desemprego permanecendo baixa e indicadores importantes de inflação atingindo a meta de 2% do Fed nos últimos seis meses, disse Waller.

O diretor é um dos principais arquitetos do aperto monetário agressivo do Fed, mas agora concorda que o momento para cortes provavelmente está se aproximando.

“Os dados que recebemos nos últimos meses estão permitindo que o Comitê (Federal de Mercado Aberto) considere a possibilidade de cortar a taxa básica de juros em 2024”, disse Waller, em evento da Brookings Institution.

Entretanto, ele advertiu que, até que passe qualquer risco de que a inflação ressurja ou que as tendências recentes se revertam, as mudanças na política monetária devem “ser cuidadosamente calibradas e não apressadas”.

“Estou cada vez mais confiante de que estamos a uma distância próxima de atingir um nível sustentável de 2% de inflação do índice PCE. Acho que estamos perto”, disse Waller, referindo-se ao índice que o Fed usa para definir sua meta de inflação.

 

Por Reuters
reuters@moneytimes.com.br

You may also like

Junho registra desaceleração da inflação para todas as faixas de renda

Grupo de alimentos e bebidas exerceu maior pressão,