Previdência Privada: quando e como fazer a portabilidade de seu plano?

Previdência Privada: quando e como fazer a portabilidade de seu plano?

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Procedimento é satisfatório no longo prazo: veja como não errar

Por Jamille Niero Diante de um momento econômico desafiador, muitos investidores que possuem planos de previdência privada podem estar pensando se vale a pena manter ou trocar o plano atual por outro em outra instituição financeira (bancos ou seguradoras). Essa movimentação pode ser feita por meio da portabilidade e, segundo especialistas consultados, é bem simples. Contudo, é preciso ficar atento em alguns pontos para evitar cair em ciladas.

O primeiro passo é buscar sempre uma instituição financeira idônea. De acordo com Fernando Signorelli, advogado especialista em Direito do Consumidor, é preciso tomar cuidado ao digitar ‘como fazer portabilidade’ em buscadores como o Google, porque “podem aparecer empresas que na verdade são estelionatários se passando pelos bancos, que te direcionam para um WhatsApp que diz ser do banco X, fazendo propostas muito atrativas, mas que na prática, não vão fazer a portabilidade”, diz.

Nesses casos, os golpistas alegam que para o interessado ter acesso a diversas vantagens, é preciso primeiro pagar algum valor, como se fosse uma “taxa” para fazer a portabilidade, começando por quantias mais baixas – como R$ 100 ou R$ 200 que vão aumentando cada vez mais, até para ver qual a capacidade financeira. “Quando você diz na conversa que não quer mais, eles dizem que se desistir agora vai ser negativado no Serasa. Algumas pessoas, por medo disso, ainda pagam mais uma ou duas [parcelas]”, comenta o advogado.

Certificando-se que a instituição financeira para a qual você vai levar o seu plano é idônea, a atenção deve se voltar para a modalidade escolhida. Se você já tem um VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres) só pode fazer a portabilidade para outro plano VGBL. O conceito é o mesmo para o plano PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), ou seja, você só pode efetuar a portabilidade para outro plano PGBL. “Quando você tem um VBGL e querem fazer você passar para um PGBL, não pode fazer portabilidade, você vai ter que sacar o dinheiro e trocar o seu fundo, só que com isso você vai pagar imposto, você vai perder uma série de vantagens. Isso acontece bastante”, informa Signorelli.

O consumidor que for lesado nesse tipo de situação pode até reverter o problema na Justiça e ser indenizado – até em dobro – pela instituição financeira. Contudo, é preciso ter provas de toda a negociação. Ou seja, a dica é evitar que tudo seja acertado apenas “na conversa” e sempre registrar tudo o que foi dito.

“Se falar com o gerente pessoalmente, manda um email dizendo ‘eu entendi isso. tá correto?’. Se ele responder ‘tá sim’, ele literalmente está fazendo um contrato com você em nome do banco”, ressalta.

Poupança de longo prazoPGBL: Como reduzir o Imposto de Renda ao optar por um plano de previdência privada?31 de dezembro é a data limite para que o beneficio fiscal já esteja disponível para a declaração do ano que vemDe acordo com ele, que costuma receber de 4 a 5 casos assim no escritório a cada bimestre, são principalmente os idosos ou “pessoas que estão aprendendo a mexer com computadores” que acabam caindo nessas ciladas, por conta da falta de clareza nas informações fornecidas no momento da conversa com o gerente do banco ou atendente que está negociando a oferta, inclusive por meios digitais.

 

De acordo com Sandro Bonfim, presidente da Comissão de Produtos por Sobrevivência da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), que representa as empresas do setor, “as seguradoras têm cada vez mais buscado um processo construtivo, mais ativo, que facilite o entendimento do cliente”. Ele explica que as principais dúvidas do consumidor em relação a portabilidade são como funciona o processo e se o produto para o qual ele está migrando é realmente um bom negócio.

“Porque é diferente de produtos mais tangíveis. Quando você vai comprar um carro, uma casa, você vê o bem na sua frente. Um plano de previdência ou investimento, muitas vezes, não é tão tangível”, observa Bonfim.

Exemplo: uma pessoa com 70 anos de idade que já tenha um plano mais conservador e pode usar o dinheiro a qualquer momento, não deveria trocar de seguradora por um plano muito arrojado (com um fundo com ações). “Ela deveria manter uma certa proteção para o momento de vida, então acho que o grande ponto que as seguradoras vêm trabalhando é garantir que o perfil do cliente, as necessidades e os objetivos sejam respeitados, que o produto respeite isso no momento que ele transita de uma para outra”, aponta.

Por isso, a principal dica dele é sempre avaliar se a oferta feita para a migração está aderente ao perfil de risco, além de analisar também pontos como:

  • o custo da taxa de administração;
  • e a rentabilidade do plano almejado.

Para Rodrigo Saldanha, head de Produtos e Comercial – Previdência da XP Investimentos, a portabilidade é uma ferramenta satisfatória no longo prazo, uma vez que um plano de previdência privada é um produto feito para o cliente ficar por mais de uma década, chegando a 20 ou 30 anos. Contudo, muita coisa pode mudar ao longo de todo esse período, como o objetivo de vida, o cenário econômico e mesmo o perfil de investidor. Isso faz com que seja essencial para o investidor sempre revisar sua carteira de investimentos – o que inclui o plano de previdência privada.

“Você pode ter um perfil mais agressivo quando jovem e conforme vai chegando próximo da sua aposentadoria ou do seu objetivo, vai se tornando conservador, porque não necessariamente precisa correr tanto risco para atingir o seu objetivo”, explica.

 

Por isso, Saldanha alega que apesar dessas mudanças, quando for fazer uma portabilidade, sempre efetuá-la de maneira estruturada e não pontualmente, justamente por ser uma alocação de longo prazo. Ele conta que devido a todo o contexto econômico e político, incluindo ainda impactos como o gerado pelo caso das Lojas Americanas ocorrido no início do ano, os clientes têm ficado mais conservadores no geral.

Fonte : Infomoney

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