O protesto iniciado pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), a principal central sindical do país sul-americano, visa exigir que o governo promova aumentos salariais que compensem a inflação que deve ultrapassar 40 por cento em 2018.
“É uma paralisação completa, reivindicamos trabalho e reclamamos a perda de poder de compra”, disse o sindicalista Roberto Fernandez, chefe da União dos Motoristas de Trânsito (UTA), que controla a maior parte do transporte de passageiros do país, à Rádio Con Vos.
A greve também é um protesto contra a política de endividamento do governo, que está negociando um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) que visa ampliar uma linha de crédito de 50 bilhões de dólares acordada em junho, para superar a instabilidade cambial.
Geralmente lotadas por engarrafamentos, as ruas de Buenos Aires possuíam um pequeno tráfego e, no centro da cidade, as buzinas e os ruídos do motor eram substituídos pelo silêncio.
Na região de Rosário, onde está localizado o maior polo agro-exportador da Argentina, os embarques de grãos e derivados foram interrompidos pelo protesto dos trabalhadores.
“A atividade dos portos (na área de Rosario) é zero, não há carga ou descarga de navios”, disse Guillermo Wade, gerente da Câmara de Atividades Portuárias e Marítimas.
Apesar de realizarem operações, espera-se um dia com pouca atividade nos mercados financeiros já que os bancários também se comprometeram com a greve. A renúncia do presidente do banco central, Luis Caputo, anunciada nesta terça-feira também afetará os mercados.



